quinta-feira, julho 28, 2005

15 DE JULHO DE 1944

........ É por milagre que ainda não renunciei a todas as minhas esperanças, na verdade tão absurdas e irrealizáveis. Mas eu agarro-me a elas, apesar de todos e de tudo, porque tenho fé no que há de bom no homem. Não me é possível construír a vida tomando como base a morte, a miséria e a confusão. Vejo o Mundo transformar-se, pouco a pouco, num deserto; ouço, cada vez mais forte, a trovoada que se aproxima, essa trovoada que nos há-de matar; sinto o sofrimento de milhões de seres e, mesmo assim, quando ergo os olhos para o Céu, penso que, um dia, tudo voltará a ser bom, que a crueldade chegará ao seu fim e que o Mundo virá a conhecer de novo a ordem, a paz, a tranquilidade.

Até lá tenho que manter firme os meus ideais - talvez ainda os possa realizar nos tempos que hão-de vir.


Tua Anne
-Parte final do texto-