domingo, dezembro 10, 2006

FELIZ NATAL

Presépio De Lata
Rui Veloso
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso


Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se césar
Faz um discurso solene

Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias

Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data

A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem tecto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells.

Como era bom se todos tivessem Natal!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

VINTE ANOS DEPOIS

Depois de tanto tempo decorrido,
Eis que te encontro novamente agora,
Face a face... alquebrado, envelhecido,
Tão diferente do que foste outrora!

Percebo, nos teus olhos contristados,
Que em mim também notaste alguma mudança.
É natural, vinte anos são passados,
E o tempo, no seu giro, não descansa!

Tão diferente já do que fomos!E em vão
Tentamos recompor os traços do passado.
Buscas em meu olhar um antigo clarão
E só vês um cristal sereno, desmaiado...

E em nossos olhos vê-se agora, refletida,
Como num claro espelho, a imagem do presente,
A dura realidade, a amarga lei da Vida,
E então, sem resistir, choramos tristemente,

Lágrimas não por mim nem por ti, na verdade,
Nem mesmo pelo amor que agora pouco importa!
Se choramos assim, choramos de saudade
Da nossa própria mocidade morta!



Maria José Aranha Rezende

domingo, dezembro 03, 2006

UMA VIDA - QUATRO ESTAÇÕES

Uma vida tem quatro estações:

  1. Na Primavera nascemos
  2. No Verão amadurecemos
  3. No Outono murchamos
  4. No Inverno morremos.