sexta-feira, setembro 28, 2012

Sem título

terça-feira, setembro 25, 2012

POESIA A UM AMIGO

Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos
saudades de todas as conversas jogadas fora, das
descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos
tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou
por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...
nas cartas que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Até
que os dias vão passar, meses...anos... até este
contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo....

Um dia os nossos filhos vão ver as nossas fotografias e perguntarão:
"Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrimas abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
desde aquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a
viver a sua vida, isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo.....
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida te passe em branco, e que pequenas
adversidades sejam a causa de grandes tempestades....



Fernando Pessoa


sábado, setembro 22, 2012

Nirvana

NIRVANA


Para além do Universo luminoso,
Cheio de formas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se como um vácuo tenebroso.
A onda desse mar tumultuoso
Vem ali expirar, esmaecida...
Numa imobilidade indefinida
termina ali o ser, inerte, ocioso...
E quando o pensamento, assim absorto,
emerge a custo desse mundo morto
E torna a olhar as coisas naturais,
À bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.

ANTERO DE QUENTAL

quinta-feira, setembro 13, 2012

Saudades de quem partiu....

A morte é a curva da estrada,


Morrer é só não ser visto.

Se escuto, eu te oiço a passada

Existir como eu existo.

A terra é feita de céu.

A mentira não tem ninho.

Nunca ninguém se perdeu.

Tudo é verdade e caminho.



(Fernando Pessoa)   Com saudade, à minha amiga Isabel do Carmo