Sonhei que me mataste e tive pena
Da dor que de fazê-lo sentirias...
Não te rias, meu anjo, não te rias
Nossa alma pode ser de afectos plena,
Olhar a morte impávida e serena
E sucumbir a alheias agonias.
O mais pungente dessa triste cena
Era, acredita, ver que padecias.
Tendo-me morto tu depois choraste...
Ouvi-te ali, sem me poder mover
Sentindo em dor o coração estalar!...
Sonho maldito que o Senhor afaste:
Ter-te junto de mim, ver-te sofrer
E não ter voz para te consolar.
Maria d'Eça Leal
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