domingo, dezembro 07, 2008

DUAS QUADRAS








Não sei se tens reparado


Quando passeia, o luar


Pára sempre à tua porta


E encosta-se a chorar:



E eu que passo também


Na minha mágoa a cismar


Para junto dele, e ficamos


Abraçados a chorar!!!






Florbela Espanca
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Feminista em pleno século XIX
Florbela Espanca (1894-1930) foi uma das precursoras do movimento feminista em Portugal.
Teve uma vida tumultuada e inquieta, transformando seus sofrimentos íntimos em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade. Nasceu em Vila Viçosa, Portugal, em 08 de dezembro de 1894, batizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição, filha de Antónia da Conceição Lobo, empregada de João Maria Espanca, que não a reconheceu como filha. Porém, com a morte de Antónia, em 1908, João e sua mulher, Maria Espanca, criaram a menina. Não obstante, o pai só reconheceu a paternidade muitos anos após a morte de Florbela.
Formou-se em Letras e foi a primeira mulher a freqüentar o curso de Direito na Universidade de Lisboa. Ao longo da vida, casou-se três vezes e enfrentou o preconceito social decorrente disso. Em 1919, após um aborto involuntário, publicou o Livro de Mágoas. Alguns anos depois, depois de um novo aborto, separou-se do segundo marido, lançando, então, o Livro de Soror Saudade (1923).
Seriamente abalada pela morte do irmão, escreveu o livro As Máscaras do Destino. Em 1930 tentou suicídio por três vezes, com falecimento na terceira tentativa, no dia de seu aniversário, após o diagnóstico de um edema pulmonar. Eternizada aos 36 anos, deixou para publicação póstuma sua obra-prima Charneca em Flor (1931).

1 comentário:

Anónimo disse...

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