Impiedoso Setembro …
Traz a balada de Outono
Que muda na folha as cores
Seduz e despe as flores
Num sestro de abandono...
Em toada persistente
As folhas , essas coitadas
Vão caindo lentamente
Das àrvores amarguradas
Ao ficarem desnudadas
De cada folha cadente...
Será que uma folha sente
Na despedida a tristeza ?…
Como dom da Natureza !…
E que em secreta amargura
Sofre, mas nunca se queixa
Como alguém que a Pátria deixa
Por destino ou desventura ?!…
E em cada folha caída
Resta uma angústia profunda
Num frágil sopro de vida
A sussurrar moribunda:Não fez sentido viver
Esta tão curta existência…
Outono… Sem clemência
Tão cedo me fez morrer !…
Euclides Cavaco
2 comentários:
como gostei de ler. sofia
É tão real como o outono da vida, es folhas não vão caindo mas vão aparecendo as rugas.Mas que importa isso? O que lá vai lá vai. Precisamos continuar a andar em direcção à Primavera onde desponta de novo a alegria de viver e ver as flores e os passarinhos a cantar. Gostei do que li, Um beijo
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