segunda-feira, setembro 22, 2008

BALADA DE OUTONO

Impiedoso Setembro …

Traz a balada de Outono

Que muda na folha as cores

Seduz e despe as flores

Num sestro de abandono...

Em toada persistente

As folhas , essas coitadas

Vão caindo lentamente

Das àrvores amarguradas

Ao ficarem desnudadas

De cada folha cadente...

Será que uma folha sente

Na despedida a tristeza ?…

Como dom da Natureza !…

E que em secreta amargura

Sofre, mas nunca se queixa

Como alguém que a Pátria deixa

Por destino ou desventura ?!…

E em cada folha caída

Resta uma angústia profunda

Num frágil sopro de vida

A sussurrar moribunda:Não fez sentido viver

Esta tão curta existência…

Outono… Sem clemência

Tão cedo me fez morrer !…




Euclides Cavaco

2 comentários:

sofialisboa disse...

como gostei de ler. sofia

Anónimo disse...

É tão real como o outono da vida, es folhas não vão caindo mas vão aparecendo as rugas.Mas que importa isso? O que lá vai lá vai. Precisamos continuar a andar em direcção à Primavera onde desponta de novo a alegria de viver e ver as flores e os passarinhos a cantar. Gostei do que li, Um beijo